Gestão estratégica dos relacionamentos na cadeia de suprimentos da alface
Strategic management of relationships in lettuce supply chain
Carvalho, Karine Lima de; Costa, Reinaldo Pacheco da; Souza, Roberta de Castro
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132013005000031
Production, vol.24, n2, p.271-282, 2014
Resumo
Dentro da atual conjuntura delineada pelo deslocamento da fronteira tecnológica, notou-se a necessidade de reavaliar as formas organizacionais operantes na cadeia de suprimentos de produtos perecíveis, visando obter maior qualidade no produto através de uma melhor coordenação entre os agentes dessa cadeia. Sendo assim, este artigo se propõe a identificar os desafios a serem superados pelos produtores através do mapeamento dos seus gargalos por meio da análise das transações ao longo da cadeia de suprimentos de alface. A opção por este produto ocorreu em função da alta complexidade de gestão dessa cadeia, cuja produção pulverizada, com grande quantidade de produtores de perfis diferenciados, sofre com a dificuldade na elaboração de ações conjuntas que permitam o aprimoramento da sua gestão. Nesse contexto, as associações de produtores ganham importância e integram o processo estratégico que visa maior coordenação da cadeia.
Palavras-chave
Cadeia de suprimentos. Gestão. Coordenação. Alface
Abstract
Considering the current scenario, outlined by the technological changes, there is a necessity to reassess the organizational structures, specially the supply chain of perishable products, in order to achieve quality through a closer involvement between stakeholders and also to identify the main bottlenecks that hinder the coordination of the chain. The aim is to map and analyze the transactions along the lettuce supply chain to identify the challenges to be overcome by the producers to verify which the main bottlenecks to the coordination of this chain are. The choice of the lettuce chain occurred for its being a relatively complex chain. The various types of products transacted, the level of raw material processing and the institutional environment are some of the variables that make the coordination of this chain difficult, and it is regarded as one of the least developed in Brazil. In this context, producers associations gain importance and become an integral part of a strategic process aimed at a better coordination of the production chain.
Keywords
Supply chain. Management. Coordination. Lettuce
References
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS - ABRAS. Ranking 2007. Revista SuperHiper, v. 33, n. 375, maio 2007.
ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES E DISTRIBUIDORES DE HORTI-FRUTI DO ESTADO DE SÃO PAULO - APHORTESP. 2010. Disponível em:
BESANKO, D.; DRANOVE, D.; SHANLEY, M. Sustaining Competitive Advantage. In: BESANKO, D. et al. Economics of strategy. 2nd ed. New York: John Wiley & Sons, 2000. p. 443-481.
BIJMAN, J.; HENDRIKSE, G. Co-operatives in chains: institutional restructuring in the Dutch fruit and vegetables industry. Journal on Chain and Network Science, v. 3, n. 2, p. 95-107, 2003. http://dx.doi.org/10.3920/JCNS2003.x033
BOTEON, M. Desafios horticultura nacional. Hortifruti Brasil, 2006. Disponível em:
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logistical management: the integrated supply chain process. New York: McGraw-Hill., 2001.
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Supply Chain Management. 4th ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2009.
CLEMENTS, M. D.; LAZO, R. M.; MARTIN, S. K. Relationship connectors in NZ fresh Produce supply chains. British Food Journal, v. 110, n. 4-5, p. 346-360, 2008. http://dx.doi.org/10.1108/00070700810868898
COMPANHIA DE ENTREPOSTOS E ARMAZÉNS GERAIS DE SÃO PAULO - CEAGESP. Institucional. Disponível em:
COMPANHIA DE ENTREPOSTOS E ARMAZÉNS GERAIS DE SÃO PAULO - CEAGESP. Transporte e logística de alimentos e flores. 2007. Disponível em:
COOPER, M. C.; LAMBERT, D. M.; PAGH, J. D. Supply chain management: more than a new name for logistics. The International Journal of Logistics Management, v. 8, n. 1, p. 1-13, 1997. http://dx.doi.org/10.1108/09574099710805556
DAVIS, J. H.; GOLDBERG, R. A. A concept of agribusiness. Boston: Harvard University, 1957. 136 p.
DOLAN, C.; HUMPREY, J. Governance and trade in fresh vegetables: the impact of UK supermarkets on the African horticulture industry. Journal of Development Studies, v. 37, n. 2, p. 147-176, 2000. http://dx.doi.org/10.1080/713600072
EISENHARDT, K. M. Building theories from case study research. Academy of Management Review, v. 14, n. 4, p. 532-550, 1989.
EMBRAPA. 2010. Disponível em:
FARINA, E. M. M. Q. Competitividade e Coordenação de Sistemas Agroindustriais. Gestão & Produção, v. 6, n. 3, p. 147-161, dez.1999. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X1999000300002
FEARNE, A.; HUGHES, D. Success factors in the fresh produce supply chain: insights from the UK. Supply Chain Management, v. 4, n. 3, p. 120-128, 1999. http://dx.doi.org/10.1108/13598549910279567
HINGLEY, M. Relationship Management in the supply chain. International Journal of Logistic Management, v. 12, n. 2, p. 57-71, 2001. http://dx.doi.org/10.1108/09574090110806299
HUGHES, D.; MERTON, I. Partnership in produce: the J Sainsbury approach to managing the fresh produce supply chain. Supply Chain Management, v. 1, n. 2, p. 4, 1996. http://dx.doi.org/10.1108/13598549610155251
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Pesquisa de Orçamento Familiar. IBGE, 2002-2003. Disponível em:
MACHADO, E.L. O papel da reputação na coordenação vertical da cadeia produtiva de frutas, legumes e verduras frescos. 2002. 182 f. Tese (Doutorado)-Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
MAINVILLE, D. Y.; PETERSON, C. H. Fresh produce procurement strategies in a constrained supply environment: case study of Companhia Brasileira de Distribuição. Review of Agricultural Economics, v. 27, n. 1, p. 130-138, 2005. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-9353.2005.00212.x
MANIKAS, I.; TERRY, L. A. A case study assessment of the operational performance of a multiple fresh produce distribution centre in the UK. British Food Journal, v. 111, n. 5, p. 421-435, 2009. http://dx.doi.org/10.1108/00070700910957276
PEDROZO, E. Alface para todo dia. Revista Supervarejo, v. 8, n. 84, p. 55, ago. 2007.
PÉNEAU, S. et al. Freshness of fruits and vegetables: consumer language and perception. British Food Journal, v. 111, n. 3, p. 243-256, 2009. http://dx.doi.org/10.1108/00070700910941453
PENROSE, E. A economia da diversificação. Revista de Administração de Empresas, v. 19, n. 4, p. 7-30, 1959.
PEREZ, C.; CASTRO, R.; FURNOLS, M.F. The pork industry: a supply chain perspective. British Food Journal, v. 11, n. 3, p. 257-274, 2009. http://dx.doi.org/10.1108/00070700910941462
PIGATTO, G.; ALCANTARA, R.L.C. Distribution channel relationship: a proposal of an analysis matrix". Gestão & Produção, v. 14, n. 1, p. 155-167, 2007. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2007000100013
REARDON, T.; HENSON, S.; BERDEGUÉ, J. Proactive fast-tracking diffusion of supermarkets in developing countries: implications for market institutions and trade. Journal of Economic Geography, v. 7, n. 4, p. 399-413, 2007. http://dx.doi.org/10.1093/jeg/lbm007
ROCHA, D. Câmara Setorial da cadeia produtiva de hortaliças: o desafio de representar um setor importante. 2007. Disponível em:
ROSENBLOOM, B. Marketing channels: a management view. 6nd ed. Orlando: Dryden Press, 1999.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Instituto de Economia Agrícola. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São Paulo - LUPA 2007/2008. São Paulo: SAA/CATI/IEA, 2008. Disponível em:
SCRAMIN, F. C. L.; BATALHA, M.O. Método para análise de benefícios em cadeias de suprimentos: um estudo de caso. Gestão & Produção, v. 11, n. 3, p. 331-342, set./dez. 2004.
SILVA, C.A.B.; BATALHA, M.O. Competitividade em sistemas agroindustriais: metodologia e estudo de caso. In: WORKSHOP BRASILEIRO DE SISTEMAS AGROALIMENTARES, 2., 1999, Ribeirão Preto. Anais... Ribeirão Preto: PENSA/FEA/USP, 1999. p. 9-20.
TAYLOR, D. H.; FEARNE, A. Towards a framework for improvement in the management of demand in agri-food supply chains. Supply Chain Management, v. 11, n. 5, p. 379-384, 2006. http://dx.doi.org/10.1108/13598540610682381
TAYLOR, D. H.; FEARNE, A. Demand management in fresh food value chains: a framework for analysis and improvement. Supply Chain Management, v. 14, n. 5, p. 379-392, 2009. http://dx.doi.org/10.1108/13598540910980297
VASCONCELOS, M. C. R. L.; MILAGRES, R.; NASCIMENTO, E. Strategy of relations among the members of the productive chain in Brazil: reflections on the theme. Gestão & Produção, v. 12, n. 3, p. 393-404, 2005.
VOSS, C.; TSIKRIKTSIS, N.; FROLICH, M. Case research in operations management. International Journal of Operations & Production Management, v. 22, n. 2, p. 195-219, 2002. http://dx.doi.org/10.1108/01443570210414329
WILSON, N. The supply chains of perishable products in northern Europe. British Food Journal, v. 98, n. 6, p. 9-15, 1996. http://dx.doi.org/10.1108/00070709610131320
WOOD JUNIOR, T.; ZUFFO, P. K. Supply Chain Management. Revista de Administração de Empresas, v. 38, n. 3, p. 55-63, julho-setembro 1998.
YIN, R. K. Case study research: design and methods. 2nd ed. Beverly Hills: Sage Publications, 1994.
ZYLBERSTAJN, D. Estruturas de governança e coordenação do agribusiness: uma aplicação da nova economia institucional. 1995. 238 f. Tese (Livre Docência) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, 1995.