Production
https://prod.org.br/article/doi/10.1590/S0103-65132011005000040
Production
Article

As transações entre varejistas e fornecedores de frutas, legumes e verduras na cidade de São Paulo

The transactions between supermarkets and fresh fruit and vegetables (FFV) suppliers in the São Paulo, Brazil

Souza, Roberta de Castro; Scur, Gabriela

Downloads: 2
Views: 1167

Resumo

O objetivo deste artigo é caracterizar as estratégias usadas por três diferentes formatos de varejo (grande rede, associações de pequenos e médios supermercados e supermercados independentes) em suas compras de frutas, legumes e verduras (FLV) com foco na questão dos padrões de qualidade exigidos. A abordagem teórica utilizada é de economia dos custos de transação. Para a pesquisa empírica é utilizado o método de casos múltiplos viabilizado por meio de entrevistas presenciais com representantes dos distintos formatos de varejo na cidade de São Paulo. Os resultados indicam que há diferenças nas estratégias dos variados formatos de varejo com seus fornecedores de FLV. No caso de pequenos e médios supermercados é bastante representativo o fornecimento proveniente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo), mesmo para o grande varejista entrevistado; cerca de 25% do suprimento de FLV é da Ceagesp, o que caracteriza uma relação de mercado. O restante é fornecido pelos chamados distribuidores de origem. Por fim, os resultados do artigo têm implicações gerenciais para os produtores de FLV, indicando que há alternativas de inserção nas cadeias produtivas de FLV tendo em vista os diferentes formatos de varejo e suas estratégias distintas de relacionamento com fornecedores.

Palavras-chave

Varejo. Fornecedores. Padrões. Estratégia.

Abstract

The objective of this article is to characterize the strategies used by three different retail formats (large retail chains, associations of small and mid-size supermarkets and independent supermarkets) in their purchase of fruit and vegetables, focused on the issue of quality standard requirements of the different retail formats in the city of São Paulo. The conceptual approach uses the economic theory of transaction costs. The empirical part of the project uses the method of multiple case studies, which was made viable by face-to-face interviews with representatives from the different kinds of retail businesses in Sao Paulo. The outcome indicates that there are differences in the procurement strategies at different retail formats. For small and medium supermarkets, the supply of fresh fruit and vegetables by the Sao Paulo Wholesale Trading Terminal of fresh food (called Ceagesp) is still representative. Even in the case of large retailers, about 25% of FFV is provided by "Ceagesp", which characterizes an arm’s length relationship as a procurement strategy. The other part is supplied by distributors of origin, which can be considered first-tier suppliers.

Keywords

Supermarket. Suppliers. Standards. Strategy.

References



ALMEIDA, P. A evolução e estratégias do setor varejista no brasil. Gestão Universitária, n. 84, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS – ABRAS. SUPERHIPER Panorama 2007. ABRAS, 2007.

BROWN, O. Supermarket buying power, global commodity chains and smallholder farmers in the developing world. Human Development Report, 2005.

COMPANHIA DE ENTREPOSTOS E ARMAZÉNS GERAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO – CEAGESP. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2008.

EASTERBY-SMITH, M.; THORPE, R.; LOWE, A. Management research an introduction. London: Sage, 2002.

EISENHARDT, K. M. Building theories from case study research. Academy of Management Review, v. 14, n. 4, p. 532-550, 1989.

FARINA, M. M. Q. F.; AZEVEDO, P. F.; SAES, S. Competitividade: mercado, estado e organizações. São Paulo: Singular, 1997.

FARINA, E. M. M. Q.; NUNES, R.; MONTEIRO, G. F. Supermarkets and their impacts on the agrifood system of Brazil: the competition among retailers. Agribusiness, v. 21, n. 2, p. 133-147, 2005. http://dx.doi.org/10.1002/agr.20039

FAULIN, E. J.; AZEVEDO, P. F. Distribuição de hortaliças na agricultura familiar: uma análise das transações. Informações Econômicas, v. 33, n. 11, 2003.

FULPONI, L. Private voluntary standards in the food system: the perspective of major food retailers in OECD countries. Food Policy, v. 31, n. 1, p. 1-13, 2006. http://dx.doi.org/10.1016/j.foodpol.2005.06.006

GARCIA, M.; POOLE, N. The impact of private safety and quality standards for fresh produce exports from Mediterranean countries. Food Industry Management Unit, Department of Agricultural Sciences, Imperial College, University of London. Disponível em: . Acesso em: 13 jul. 2004.

GURDJIAN, P. et al. Bagging Europe's groceries. The McKinsey Quarterly, 2000. Disponível em: . Acesso em: out. 2008.

HINGLEY, M.; HOLLINGSWORTH, A. Competitiveness and power relationships: where now for the UK food supply chain? In: ANNUAL INDUSTRIAL MARKETING PURCHASING (IMP), 19., 2003, Lugano, Switzerland. Anais... Lugano, 2003. Disponível em: . Acesso em: 15 maio 2005.

HUMPHREY, J. Shaping value chains for development: global value chains in agribusiness. Trade Programme, Federal Ministry for Economic Cooperation and Development, Eschborn, 2005.

HUMPHREY, J. The supermarket revolution in developing countries: tidal wave or tough competitive struggle? Journal of Economic Geography, v. 7, p. 433-450, 2007. http://dx.doi.org/10.1093/jeg/lbm008

JAFFEE, S.; MASAKURE, O. Strategic use of private standards to enhance international competitiveness: vegetable exports from Kenya and elsewhere. Food Policy, v. 30, p. 316-333, 2005.

LAZZARINI, S. G. Estudos de caso: aplicações e limites do método. In: Farina, E. M. M. Q. Estudos de caso in Agribusiness. São Paulo: Pioneira, 1997.

MAINVILLE, D. Y.; REARDON, T. Supermarkets market-channel participation and technology of horticultural producers in Brazil. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 45, n. 3, p. 705-727, 2007. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-20032007000300007

MAINVILLE, D. Y.; REARDON, T.; FARINA, E. M. M. Q. Scale, scope, and specialization effects on retailers' procurement strategies: evidence from the fresh produce markets of São Paulo. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 46, n. 1, p. 207-227, 2008.

MALHOTRA, N. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

MENARD, C. The economics of hybrid organizations. Presidential adress. International Society for New Institutional Economics. MIT, USA. September, 2002.

MIGUEL, P. A. C. Estudo de caso na engenharia de produção: estruturação e recomendações para sua condução. Produção, v. 17, n. 1, p. 216-229, 2007. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132007000100015

MONTEIRO, G. F. A. Estrutura de mercado e concorrência no varejo de alimentos: o mercado de consumo integrado. 2007. 111 f. Dissertação (Mestrado em Economia)–Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

REARDON, T. et al. The rise of supermarkets in Africa, Asia, and Latin America. American Journal of Agricultural Economics, v. 85, n. 5, p. 1140-1146, 2003. http://dx.doi.org/10.1111/j.0092-5853.2003.00520.x

REARDON, T.; BERDEGUÉ, J. The rapid rise of supermarkets in Latin America: challenges and opportunities for development. Development Policy Review, v. 20, n. 4, p. 371‑388, 2002. http://dx.doi.org/10.1111/1467-7679.00178

REARDON, T.; HENSON, S.; BERDEGUÉ, J. Proactive fast-tracking diffusion of supermarkets in developing countries: implications for market, institutions and trade. Journal of Economic Geography, 2007, p.1-33.

ROJO, F. Brasil infinitas oportunidades. SuperHiper Panorama 2007. Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS, 2007.

SOUZA, R. C. Uma investigação sobre o segmento produtor de manga e uva in natura em sua inserção na cadeia de valor global. 2005. 197 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção)–Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

SOUZA, R. C.; AMATO, J. Exportações brasileiras de frutas certificadas: oportunidades de negócios para o empresário rural. In: ZUIN, L. F. S.; QUEIROZ, T. R. Agronegócio: gestão e inovação. São Paulo: Saraiva, 2006.

UK COMPETITION COMMISSION. Supermarkets: a report on the supply of groceries from multiple stores in the United Kingdom. London, UK: Competition Commission, 2000. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2005.

UK COMPETITION COMMISSION. Final report 2008: grocery market investigation. 2008. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2008.

VORLEY, B. Corporate Concentration from farm to consumer. UK Food Group, 2003. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2005.

VOSS, C.; TSIKRITSIS, N.; FROHLICH, M. Case research: case research in operations management. International Journal of Operations & Production Management, v. 22, n. 2, p. 195‑219, 2002. http://dx.doi.org/10.1108/01443570210414329

WILLIAMSON, O. E. The economic institutions of capitalism – firms, markets, relational contracting. New York: Free Press, 1985.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.

ZYLBERSZTAJN, D. Estruturas de governança e coordenação do agribusiness: uma aplicação da nova economia das instituições. Tese (Livre Docência)–Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.

5883a3c07f8c9da00c8b461a 1574685864 Articles
Links & Downloads

Production

Share this page
Page Sections