Production
https://prod.org.br/doi/10.1590/S0103-65131999000400005?lang=en
Production
Article

Ergonomia e projeto organizacional: a perspectiva do trabalho

Ergonomia e projeto organizacional: a perspectiva do trabalho

Lima, Francisco de Paula A.

Downloads: 1
Views: 762

Resumo

Em contraposição à sugestão de somar as abordagens da análise ergonômica do trabalho (AET) e do projeto organizacional (PO), apoiada na tese da limitação de seus respectivos objetos, defendemos a tese de que estas disciplinas são concorrentes e disputam um mesmo campo da realidade - o da organização do trabalho como um todo. Em relação aos problemas teóricos e práticos postos pela organização do trabalho, a AET assume uma perspectiva própria no interior da produção (o ponto de vista da atividade - PVA), que consiste em priorizar a interatividade dos sujeitos produtores, situados em qualquer posição da estrutura organizacional, na realização cotidiana de suas tarefas e funções. Sabendo que todo trabalho é socialmente organizado, o PVA constitui uma lógica determinada de coordenação das inter-relações entre os sujeitos sociais enquanto trabalhadores, que elaboram suas próprias normas e quadros de ação e de cooperação. Através da lógica da ativida de é possível construir uma autonomia efetiva dos sujeitos sociais, que reelaboram permanentemente as regras formais dc organização do trabalho, criando uma organização real mais adequada às necessidades da produção concomitantemente com a regulação individual e intcrindividual da carga de trabalho.

Palavras-chave

análise ergonômica do trabalho, organização do trabalho, prganízação real, ponto de vista da atividade

Abstract

Instead of joining both ergonomic work analysis (EWA) (from the French ergonomics view) and organisational design (OD) approaches, this paper argues that those disciplines are competing for the same object -the organisation of work (in a wider sense). Regarding both practical and theoretical problems emerged from the organisation of work, EWA developed the activity standpoint (AS). The AS looks for allocate priorities to the interrelations among producers performing their daily tasks. Producers, in turn, can be located at any point of the organisational structure. Accepting that work is socially organised, AS constitute a specific logic to help to co-ordinate relationships among social subjects (producers), who build their own norms, frames of action and co-operation criterion. The activity logic allows building a real autonomy of producers, who are continually re-inventing their formal rules of work organisation. This allows to be closer to the idea of an 'actual organisation' which seems to be more adequate to the technical demands of the productive system, individual inter-individual regulation of workload.

Keywords

ergonomics work analysis, work organisation, real organisation, activity standpoint

References



CALLINICOS, Alex (1988). Making History. Ithaca, Cornell Univ. Press.

CANGUILHEM, G. (1947). "Milieu et normes de l'homme au travail". Cahiers internationaux de sociologie. 3: 120-136.

CARBALLEDA, G. (1997). La contribution des ergonomes à l'analyse et à la transformation de l'organisation du travail. Paris, Tese de doutorado, CNAM.

CLOT, Y; ROCHEIX, J-Y et SCHWARTZ, Y (1990). Les caprices du flux. Vigneux, Matrice/MIRE.

COULON, A. (1995). Etnometodologia e educação. Vozes, Petrópolis.

DORAY, B. (1981). Le taylorisme, une folie rationnelle? Paris, Dunod.

DURAFFOURG, J.; SCHWARTZ, Y. & DAVEZIES, P. (1991). Ergonomy: practice of activity knowledge in actual working situation. In: Queinnec & Daniellou (eds). Design for everyone. London, Taylor & Francis, 1991.

GARRIGOU, A. (1992). Les apports des confrontations d'orientation socio-cognitives au sein des processus de conception participatif. Thèse de doctorat, Paris, CNAM.

GUÉRIN et al. (1991). Comprendre le travail pour le transformer. Paris, ANACT.

LANGA, M. (1994). Adaptation ou création de l'organisation du travail lors d'un transfert de technologie. Thèse de Doctorat, Paris, CNAM.

LIMA, F. P. A. (1998). Patologias das novas tecnologias. Anais do XVIII ENEGEP, Niterói, UFF, 21 a 25 setembro de 1998.

LIMA, F.P.A. (1994). Medida e desmedida: padronização do trabalho ou livre organização do trabalho vivo?. Revista Produção, nº especial, 1994, pp. 3-17.

LIMA, F.P.A. (1991). Análise ergonômica do trabalho na preparação de partes 1 e na fabricação de stems. Relatório técnico, (mimeo). Belo Horizonte.

LUKÁCS, G. (1958). La destruction de la raison. Paris, L'Arche Editeur.

MARX, K. O Capital. São Paulo, Abril Cultural.

MONTMOLLIN, M. de (1981). Le taylorisme à visage humain. Paris, PUF, 1981.

MONTMOLLIN, M. de (1984). L'intelligence de la tâche. Berne, Peter Lang, 1986.

NOVAIS, A.; ECHTERNACHT, E.; LIMA, F. P. A. e LIMA, M. E. A. (1997). Relatório da vistoria técnica das condições de trabalho na Delphi Automotiva Systems do Brasil. Belo Horizonte, mimeo.

PINSKY, L. & THEUREAU, J. (1987). L'étude du cours d'action. Paris, Ed. CNAM.

SALERNO, M. (2000a). Análise ergonômica do trabalho e projeto organizacional: uma discussão comparada. Produção, número especial, 2000. (Publicado neste volume)

SCHWARTZ, Y (1988). Expérience et connaissance du travail. Paris, Messidor/Editions Sociales.

TAYLOR, F. (1970). Princípios de administração científica. São Paulo, Atlas, 1970, 7ª edição.

THIOLLENT, M. (1981). Problemas de metodologia. In: Fleury & Vargas (orgs). Organização do Trabalho. São Paulo, Atlas.

VERMERSCH (1990). Questionner l'action: l'entretien d'explicitation. Psychologie Française. 35:227-235.
5883a41b7f8c9da00c8b47ad 1574685864 Articles
Links & Downloads

Production

Share this page
Page Sections