Production
https://prod.org.br/doi/10.1590/0103-6513.060010?lang=en
Production
Article

Análise de práticas na indústria naval: contribuições para a construção de redes de suprimentos

Analysis of the practices in the shipbuilding industry: contributions to building supply networks

Queiroz, Adriane Angélica Farias Santos Lopes de; Botter, Rui Carlos; Pinto, Marcos Mendes de O.; Pereira, Susana Carla Farias

Downloads: 1
Views: 786

Resumo

O tema da estruturação de redes de suprimentos, observado à luz da cooperação entre empresas, tem sido estudado como forma de entender como as empresas participantes de uma rede de suprimentos podem se inserir com mais chances de posicionamento competitivo dentro de um novo ambiente de negócios complexo e dotado de rápidas mudanças. O objetivo desta pesquisa é analisar o comportamento de atributos considerados importantes na construção de relacionamento colaborativo em redes, partindo do pressuposto de que este relacionamento favorece a competitividade interna das empresas e da sua rede. O estudo é realizado a partir da análise de práticas de relacionamentos existentes na indústria de construção naval (ICN) no Brasil, considerando os princípios colaborativos propostos na teoria e o contexto da indústria analisada. As análises são baseadas nas respostas de 196 empresas respondentes de uma survey aplicada a um total de 1.160 empresas identificadas, localizadas em todo o país. Através da técnica de Análise Fatorial, foram selecionadas 15 variáveis que explicam os relacionamentos colaborativos nessa rede, sendo obtida a simplificação destas em cinco componentes principais, aqui agrupados e denominados como mecanismos ou práticas de qualidade, de inovação, de confiança, de proximidade e de produtividade. Embora os componentes principais expliquem a estrutura latente do comportamento dessas empresas, a frequência relativa percentual sugere que a existência destes atributos na cadeia analisada ainda é incipiente.

Palavras-chave

Rede de suprimentos. Indústria de Construção Naval (ICN). Navipeças. Relacionamentos colaborativos.

Abstract

The structuring of supply networks, observed in the context of cooperation among companies, has been studied as a means to understand how the participating companies in a supply network can be integrated within a new business environment, endowed with a complex system and rapidly changing with more competitive positioning chances. The objective of this research is to analyze the behavior of the attributes considered to be important in building collaborative relationships in networks, assuming that this relationship promotes the internal competitiveness of the companies and their network. The study is performed by analyzing the practices of the existing relationships in the shipbuilding industry (ICN) in Brazil, considering the collaborative principles proposed in the theory and the analyzed industry context. The analyses are based on the responses of 196 reporting companies of a survey applied to 1,160 companies identified, located all over the country. Through a Factor Analysis, 15 variables were selected to explain the collaborative relationships in that network. Those variables were simplified to five main components, grouped according to mechanisms or practices of quality, innovation, trust, closeness and productivity. Although the principal components explain the latent structure of the behavior of these firms, the relative percentage frequency suggests that the existence of these attributes in the analyzed chain is still incipient.

Keywords

Supply network. Shipbuilding industry (ICN). Ship components. Collaborative relationship.

References

Akkari, A. M. P. (2004). Desenvolvimento de um modelo integrado de planejamento e controle da produção para empresas de construção de pequeno e médio porte (Tese de doutorado). Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Amesse, F., Dragoste, L., Nollet, J., & Ponce, S. (2001). Issues on partnering: evidences from subcontracting in aeronautics. Technovation, 21(9), 559-569. http://dx.doi.org/10.1016/S0166-4972(00)00075-4.

Andersen, O., & Buvik, A. (2001). Inter-firm co-ordination: international versus domestical buyer-seller relationships. Omega, 29(2), 207-219. http://dx.doi.org/10.1016/S0305-0483(00)00043-8.

Anderson, J. C., Hakansson, H., & Johanson, J. (1994). Dyadic business relationships within a business network context. Journal of Marketing, 58(4), 1-15. http://dx.doi.org/10.2307/1251912.

Argyle, G. W. (1991). Cooperation: the basis of sociability. London: Rutledge.

Balance Technology Group. (2000). Competitiveness and benchmarking in the field of marine equipment (ETD/98/502029). Public Report.

Barringer, B. R., & Harrison, J. S. (2000). Walking a tightrope: creating value through interorganizational relationships. Journal of Management, 26(3), 367-403. http://dx.doi.org/10.1177/014920630002600302.

Bensaou, M. (1999). Portfolios of buyer-supplier relationship. Sloan Management Review, 4(40), 35-43. Bowen, D. E. (1986). Managing customers as human resources in service organizations. Human Resource Management, 25, 371-384.

Bowersox, D. J., Closs, D. J., & Cooper, M. B. (2006). Gestão logística de cadeia de suprimentos. Porto Alegre: Bookman. Brandenburger, A. M., & Nalebuff, B. J. (1995). The right game: use game theory to shape strategy. Harvard Business Review, 73(4), 57-71.

Castells, M. (1996). The rise of the network society: the information age: economy, society and culture (Vol. 1). Oxford: Blackwell.

Clegg, S. R., & Hardy, C. (Eds.) (1998). Studying organization: theory and method (Vol. 1, Handbook of Organization Studies). California: Sage Publications.

Colin, E., & Pinto, M. (2006). Evolução da produção naval e perspectivas futuras. São Paulo: CEGN/Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Relatório Técnico.

Combs, J. G., & Ketchen Junior, D. J. (1999). Explaining interfirm cooperation and performance: toward a reconciliation of predictions from the resource-based view and organizational economics. Strategic Management Journal, 20(9), 867-888. http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1097-0266(199909)20:9<867::AID-SMJ55>3.0.CO;2-6.

Cooke, P., & Morgan, K. (1998). Growth regions under duress: renewal strategies in Baden-Wurttemberg and Emilia Romagna. In A. Amin & N. Thrift (Eds.). Globalisation, institutions and regional development in Europe (pp. 91- 117). Oxford: Oxford University Press.

Corrar, L. J., Paulo, E., & Dias Filho, J. M. (Coord.). (2007). Análise multivariada para cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia. São Paulo: Atlas.

Corrêa, H. L., & Corrêa, C. A. (2006). Administração de produção e operações: manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas.

Cousins, P. D., Handfield, R. B., Lawson, B., & Peterson, K. J. (2006). Creating supply chain relational capital: the impact of formal and informal socialization processes. Journal of Operations Management, 24(6), 851-863. http://dx.doi.org/10.1016/j.jom.2005.08.007.

Coutinho, L. G., Laplane, M. F., Tavares Filho, N., Kupfer, D., Farina, E., & Sabbatini, R. (2003). Estudo da competitividade de cadeias integradas no brasil: impactos da zonas de livre comércio. Campinas: UNICAMP/Instituto de Economia.

Coutinho, L. G., Sabbatini, R., & Ruas, J. A. G. (2006). Forças atuantes na indústria. São Paulo: CEGN/Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Relatório Técnico.

Day, G. S., Reibstein, D. J., & Gunther, R. E. (2004). Wharton on dynamic competitive strategy. New Jersey: John Wiley and Sons.

Dyer, J. H., & Ouchi, W. G. (1993). Japanese-style partnerships: giving companies a competitive edge. Sloan Management Review, 35, 512-563.

Ebers, M. (1997). The formation of interorganizational networks. Oxford: Oxford University Press.

Eisenhardt, K. M. (1989). Building theories from case study research. The Academy of Management Review, 14(4), 532-550.

Ellram, L. M. (1991). Supply chain management: the industrial organization perspective. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, 21(1), 13-22. http://dx.doi.org/10.1108/09600039110137082.

Fleischer, M., Kohler, R., Lamb, T., Bongiorni, H. B., & Tupper, N. (1999). Shipbuilding Supply Chain Integration Project. Ann Arbor: Environmental Research Institute of Michigan. Relatório Técnico.

Fleury, A. C. C., & Fleury, M. T. L. (2001). Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópio da indústria brasileira. São Paulo: Atlas.

Fugate, B., Sahin, F., & Mentzer, J. T. (2006). Supply chain management coordination mechanisms. Journal of Business Logistics, 27(2), 129-161. http://dx.doi.org/10.1002/j.2158-1592.2006.tb00220.x.

Grandori, A., & Soda, G. (1995). Inter-firm networks: antecedents, mechanisms and forms. Organization Studies, 16(2), 183- 214. http://dx.doi.org/10.1177/017084069501600201.

Granovetter, M. (2007). Ação econômica e estrutura social: o problema da imersão. RAE-Eletrônica, 6(1).

Gulati, R. (1998). Alliances and network. Strategic Management Journal, 19(4), 293-317.

Gulati, R., & Gargiulo, M. (1999). Where does interorganizational networks come from? American Journal of Sociology, 104(5), 1439-1493. http://dx.doi.org/10.1086/210179.

Hair Junior, J. F. (1995). Multivariate data analysis. Upper Saddle River: Prentice-Hall.

Handfield, R. B., & Bechtel, H. (2001). The role of trust and relationship structure in improving supply chain responsiveness. Industrial Marketing Management, 31(4), 367-382. http://dx.doi.org/10.1016/S0019-8501(01)00169-9.

Heide, J. B., & Miner, A. S. (1992). The shadow of the future: effects of antecipated iunteraction and frequency of contact on buyer-seller cooperation. Academy of Management Journal, 35(2), 265-291. http://dx.doi.org/10.2307/256374.

Kogut, B. (1991). Joint ventures and the option to expand and acquire. Management Science, 37(1), 19-33. http://dx.doi.org/10.1287/mnsc.37.1.19.

Kraimer, M. L. (1997). Organizational goals and values: a socialization model. Human Resource Management Review, 7(4), 425-447.

Lambert, D. M., & Cooper, M. C. (2000). Issues in supply chain management. Industrial Marketing Management, 29(1), 65-83. http://dx.doi.org/10.1016/S0019-8501(99)00113-3.

Lawson, B., Tyler, B. B., & Cousins, P. D. (2008). Antecedents and consequences of social capital on buyer performance improvement. Journal of Operations Management, 26(3), 446-460. http://dx.doi.org/10.1016/j.jom.2007.10.001.

Lima Filho, D. O. (2006). Redes de cooperação no varejo alimentar de vizinhança: percepções dos associados. Revista Gestão da Produção, 13, 311-324.

Mentzer, J. T., Dewitt, W., Keebler, J. S., Min, S., Nix, N. W., Smith, C. D., & Zacharia, Z. G. (2001). Defining supply chain management. Journal of Business Logistics, 22(2), 1-25. http://dx.doi.org/10.1002/j.2158-1592.2001.tb00001.x.

Möller, K. K., & Halinen, A. (1999). Business relationships and netwoks: managerial challenge of network era. Industrial Marketing Management, 28, 413-427. http://dx.doi.org/10.1016/S0019-8501(99)00086-3.

Nohria, N., & Eccles, R. G. (1992). Networks and organizations: structure, form and action. Boston: Harvard Business School.

Novaes, A. G. (2001). Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. São Paulo: Campus.

Oliver, A. L. (1998). Networking network studies: na analysis of conceptual configurations in the study of inter-organizational relationships. Organizational Studies, 19(4), 549-583.

Oliver, C. (1990). Determinantes of interorganizational relationships: integration and future directions. Academy of Management Review, 15(2), 241-265.

Pinto, M. (Coord.). (2006a). Implantação e consolidação de laboratório de gestão de operações e da cadeia de suprimentos da indústria de construção naval. São Paulo: CEGN/Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Relatório Técnico.

Pinto, M. Avaliação de nichos de mercado potencialmente atraentes ao Brasil: análise do comprador de navios. (2006b). In M. Pinto (Coord.). Implantação e consolidação de laboratório de gestão de operações e da cadeia de suprimentos da indústria de construção naval (pp. 204-232). São Paulo: CEGN/Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Relatório Técnico.

Pinto, M. Avaliação de nichos de mercado potencialmente atraentes ao Brasil: análise de políticas públicas. (2006c). In M. Pinto (Coord.). Implantação e consolidação de laboratório de gestão de operações e da cadeia de suprimentos da indústria de construção naval (pp. 235-246). São Paulo: CEGN/Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Relatório Técnico.

Prahalad, C. K., & Hamel, G. (1990). The core competence of the corporation. Harvard Business Review, 68(3), 79-91.

Queiroz, A. F. S. L., Pinto, M. M. O., & Pereira, S. C. F. (2006). Core competence in the project-based industry: learning lessons for the brazilian shipbuilding industry. In EurOMA 2006 – The European Operations Management Association Conference – Moving Up the Value Chain. Glasgow, Scotland.

Ring, P. S., & Van de Ven, A. H. (1994). Developmental process of cooperative interorganizational relationships. Academy of Management Review, 19(1), 90-118.

Spekman, R. E., Kamauff Junior, J. W., & Myhr, N. (1998). An empirical investigation into supply chain management: a perspective on partnerships. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, 28(8), 630-650. http://dx.doi.org/10.1108/09600039810247542.

Stalk, G., Evans, P., & Shulman, L. E. (1992). Competing on capabilities: the new rules of corporate strategy. Harvard Business Review, 70(2), 57-69. PMid:10117369.

Tiwari, M. (2005). An exploration of supply chain management practices in the aerospace industry and in Rolls-Royce (Dissertação de mestrado). Massachusetts Institute of Technology, Massachusetts. Recuperado em 7 de janeiro de 2009, de http://dspace.mit.edu/handle/1721.1/33373

Villar, C. B. & Pereira, S. F. (2009). O impacto dos mecanismos de socialização para a criação de valor no relacionamento cliente-fornecedor. In Anais do 33o Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração, São Paulo, Brasil.

Von Krogh, G., & Roos, J. (1995). Organizational epistemology. London: MacMillan.

Wood Junior, T., & Zuffo, P. K. (1998). Supply chain management. RAE: Revista de Administração de Empresas, 38(3), 55-63.
5883a4627f8c9da00c8b48dc production Articles
Links & Downloads

Production

Share this page
Page Sections